quinta-feira, 27 de maio de 2010

PREFÁCIO

É sempre uma enorme satisfação para alguém que, como eu, vive profissionalmete de observar e analisar o desenvolvimento da cultura, máxime o da literatura, ver surgir, no escassamente renovado mundo das nossas letras, novos nomes com tão expressiva potencialidade artística e com tamanho vigor estilístico como o de Iduacol Jesodos Tonsas.
Quando recebi os originais, gentilmente encaminhados pela Imprimatur Editorial propondo-me esta participação prefacial, confesso que, passado o momento de envaidecimento, temi. Ao me deparar com o título, tive a tentação de, sem ao menos folheá-los, devolvê-los incontinente. Pareceu-me que tinha nas mãos algo menos que menor, um tipo de subliteratura primária e chula. Não fosse o respeito e a admiração que nutro por esta casa editorial e minha primeira impressão me teria (perdão!) privado de degustar uma obra ímpar no conteúdo e de rara beleza, no estilo.
Este incrível diário autobiográfico é um edificante relato, com perspicazes observações, que pode servir a todo jovem que anseia por um porvir glorioso para si e para sua pátria. É um vigoroso exemplo indicativo e seguro de como os anos da juventude podem ser construtivos, realizadores e geratrizes de um futuro brilhante.
Por mais que sejam, as que se seguem, impressões de um “quase pós-adolescente”, são, também, como constatará o leitor, (tratado pelo autor com um respeito poucas vezes visto), incrivelmente escorreitas e moralmente irrepreensíveis, eivadas de seriedade, sem a fácil utilização de recursos chulos e da apelação para deploráveis duplos-sentidos, nem a menor condescendência com o vulgar e com o preconceituoso, vícios tão próprios de escritos precoces e temporões, dos quais nem mesmo vários dos maiores vultos de nossa história literária viram-se imunes. São estas, de fato, jovens recordações que deverão ser vistas como verdadeiro “vade-mecum” dos bons costumes, do patriotismo e do amor ao trabalho, virtudes de que tanto carece nossa mocidade.
Parabéns à Editora Imprimatur por mais esta obra fundamental à nossa cultura, ao seu autor e, em especial, ao público leitor.



São Paulo, abril de 2010.


Pascoaurélio Fernandes Whys

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